Perdida

Nem feliz, nem infeliz. Nem morrendo de amores, nem solitária. Eu nunca fui metade antes, sou metade hoje. Não me permitindo viver dividida, em cima do muro, hoje eu sou a linha do equador. Quero mais, eu sempre quis mais, gritar e passar o dia deitada na minha cama, sem chamados, quero paz e solidão e não continuar me cobrando demosntrar, sentir e viver coisas que eu não sinto, pelo bem estar de uma outra pessoa ou de várias outras. EU NÃO SINTO NADA, PRECISO GRITAR! Estou sufocando dentro de mim.
No caminho pra casa é onde me encontro, no meio da rua a maior parte do tempo,
sentada na pista, olhando pro céu, de jeans e camiseta. Meio caminho eu ando desligada, nem sei o que estou fazendo e como fiz até então. Tenho medo de um dia, no meio do caminho, não encontrar comigo...e se eu me perder de verdade?
Não consigo respirar dentro desse vestido feio, cadê o meu jeans e o meu salto alto? Quero a solitária solidão feliz em que eu me completo e me satisfaço. Como eu me amo acima de tudo, como eu não me importo com nada, como eu me completo! Como eu me acho linda sozinha, de jeans e camiseta, sentada no alfato, enquanto chove. Ai que saudade dos anos pares. Ai que saudade da minha companhia solitária e da minha esquisofrenia que me completava. Eu quero voltar pro manicômio e me perder dentro das minhas realidades alternativas. Chamem do que quiser, mas tô com saudade da menina dentro do espelho, do meu mundo de fadas e duendes. Socorro, eu estou sufocando.