segunda-feira, 31 de agosto de 2009

domingo, 30 de agosto de 2009

Caleidoscópio - Os Paralamas do Sucesso.

Não é preciso apagar a luz
Eu fecho os olhos e tudo vem
Num Caleidoscópio sem lógica
Eu quase posso ouvir a tua voz
Eu sinto a tua mão a me guiar
Pela noite a caminho de casa...

Quem vai pagar as contas
Desse amor pagão
Te dar a mão
Me trazer à tona prá respirar
Vai chamar meu nome
Ou te escutar...

Me pedindo prá apagar a luz
Amanheceu é hora de dormir
Nesse nosso relógio sem órbita
Se tudo tem que terminar assim
Que pelo menos seja até o fim
Prá gente não ter nunca mais
Que terminar...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Rotina


A paz acaba
A paciência termina
O cara vai embora
O humor muda
O coração quebra
A dor aumenta
A raiva sobe
Mas a solução aparece

A noite acaba
O tempo na cama termina
Toma o café e vai embora
O horário muda
Trabalhar te quebra
A vontade de chorar aumenta
A comida sobe
E o que você tem aparece

O trabalho acaba
O expediente termina
Você vai embora
A roupa muda
O cartão quebra
A lista aumenta
A escada sobe
A saída aparece

O dinheiro acaba
O dia termina
O ônibus vai embora
O tempo muda
O salto quebra
A dívida aumenta
O preço sobe
A ruga aparece

A comida acaba
A rua termina
O carteiro vai embora
A maré muda
O elevador quebra
A saudade aumenta
A construção sobe
E dúvida aparece

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Temor

Perdendo
Com alguém que não conheço
tempo e espaço
tomados de desconhecido
estou exposta
estou apavorada com isto saindo de mim
se a maré mudar, se não amar
se o saber não for
o que qualquer um quer
ou se for
até quando o medo vai cuidar de mim?
Sentir cegou meus instintos
não quero meu humor por uma razão
ou ter 17 anos de novo
não quero escrever
Não quero cantar
E viver temendo
sentir sozinha
Meus instintos estão tomados
Parece que enlouqueci
Estou com medo de perder alguém

sábado, 15 de agosto de 2009

bonde

Quando ando de ônibus é dificil sentar colada à janela, mas fica irresistível na volta da faculdade, onze da noite, você, mais alguns derradeiros, as luzes começam a apagar lentamente ao redor, esquece das companhia, arrisca uma conversa sozinho e a viagem parece teletransporte. Você sobe, senta, apaga, ascende e chegou. Puxa a corda olhando para o lugar de onde levantou, desce do ônibus já com uma saudade do amigo refletido no vidro de noite, sabendo que dificilmente o dia seguinte guarde um tempo par relaxar tanto quanto na volta pra casa. Todos os momentos decisivos, em que reflexões realmente relevantes foram necessárias, precisei dar uma volta no coletivo tarde da noite. Nada melhor do que um desconhecido para te assistir chorar, rir e ignorar que você está ali. É por isso que pego ônibus para conseguir privacidade, viramos mulheres e homens sem sombras, protegidos, apesar de negligênciados, mas é o melhor remédio para pensar sozinho. Existe o entretenimento gratuito (ou nem tanto, R$1,70): conversa dos outros, pedintes, vendedores, gente bêbada, amigos velhos e uma infinidade de outras coisas. É um ótimo lugar pra ouvir música velha, a ultima do popsom ou o celular, sem fone de ouvido, dos outros. É um ótimo lugar para detectar preconceituosos, onze da noite todo mundo fica suspeito e tem poltronas confortaveis para uma viagem rápida. Como eu estou com sono, vou parando por aqui. Ônibus só presta de noite. O resto do tempo eles estão lotados, quentes, podes ser assaltado, eles sempre estão sujos, mas fora isso, não tenho do que reclamar, curto dar uma volta de mercedes e motorista.

boa noite galera.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Os 21.

Faltando uma semana pra eles chegarem, as coisas começam a bagunçar, coisas velhas batendo na porta, mais uma semana pra concertar tudo. Nenhuma luz ascendeu, nenhum pedreiro animou meu dia, nem sequer choveu, só faz calor nessa droga de semana em que tudo é tão pouco eu e inadequado ao meu momento. Essa deve ser a idade limite pra parar de esperar a vida acontecer e ir atrás dela. Sem ter tempo pra nostalgia. O que vai acontecer quando os vinte um chegarem?
O tempo passa, a favor ou não, ele está passando e tem tanta coisa que eu gostaria de fazer e tanto para arrumar. Onde vou colocar todas as frustrações tardias, todas as inseguranças ocultas, todas as manhas disfarçadas, todos os segredos, onde vou poder esconder isso com vinte e um, essa é a idade decisiva, preciso dar um jeito em mim, ser a mulher bem resolvida do manual e que eu preciso ser com vinte e um anos. Não dá pra dizer isso em voz alta, é surreal. Será que eu ainda tenho 21 amigos, um pra cada ano de vida? Será que com vinte um eu ainda vou ser a garotinha geniosa da casa? Será que com vinte um esse relacionamento com o ioiô-namorado ainda vai existir? E agora, uma música que diz: “I want to break free” começou a tocar... cabe.
O sonho antes era, especificamente, liberdade, é o que eu quero de aniversário. É possível se libertar da cobrança dos pais, dos amigos, do namorado, da nossa própria e até dos desconhecidos? Será que com vinte um eu vou ter um dia glorioso, totalmente livre de todos os conceitos, existe mágica nesse número? Estremeço em dizer que foram poucos os dias felizes como esses, os que antecedem os vinte e um, me sinto estranha com positividade, sou tendenciosa ao caos. Com vinte e um anos não dá pra correr da felicidade, tem que olhar nos olhos dela e convidar o que esteve distante de você a vida toda pra entrar e, quem sabe, se mudar. Certamente os vinte e um são para grandes feitos, quem sabe um emprego que me dê autonomia.
Vinte e um é para dar alguns chutes em algumas bundas no meu caminho, a primeira vez que meu cabelo conheceu minhas costas, um ano vaidoso, mas para mim, um ano todo meu. Espero ter alguma coisa melhor para dizer na companhia deles, os vinte e um aniversários que eu já fiz. Talvez uma aventura, um presente, uma surpresa, uma descoberta, uma constatação, espero que sejam apenas coisas positivas, já me acostumei mal. Essa semana de preparação me deixou emotiva e ofuscou minha lógica para todos os sentidos, apesar de querer todas as coisas que os vinte e um podem me dar, não quero envelhecer um ano, eu sempre lembro que beijei meu primeiro cara cedo, com oito anos, mas todo o resto foi tarde namorei com 17, a primeira vez eu não digo mesmo, só os ‘really specials’ sabem (foi em um carro). Até a menstruação veio tarde, só aos 15, o mesmo ano que parei de correr com os meninos na rua e parei de brincar de boneca, eu curti a infância, a adolescência, até me apaixonei por um colega e consegui beijar o cara, tenho orgulho das minhas vitórias tardias e os vinte e um, seus significados, sua maturidade, parece que vieram antes, mas estou preparada e compensei cada atraso, que venham.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Só a cidade

Peguei a série que mais parece comigo: Sex and the city, uma série que fala sobre mulheres e relacionamentos que podem ou não dar certo. É difícil se ver em um personagem frágil de TV, como me vi na personagem principal da trama.
Eu, heroína da história da minha vida, não deixei espaço para um homem no meu quadrinho, como na série, sempre complicada. Os homens não entendem os segredos por baixo dos meus lençóis e eu não gosto do lado óbvio das coisas, então, eu não explico. Gosto do drama de brigar e reconciliar e canso de todo o resto rápido.
Inventei o meu pior jeito e a minha pior personagem para sabotar a vida que pretendo levar. Batalhei tanto pra ser assim que não encaixo em lugar nenhum e não consigo mudar. Meu cabelo é sempre bagunçado, minhas roupas nem sempre estão passadas e não tenho rituais de vaidade! Nunca serei a garota que sai com o namorado e outros casais e enturma-se com as namoradas. Sempre vou ser a garota que se senta à mesa dos garotos por se encaixar ali.
Todas as mulheres são lixo reciclado. Mulher segue padrão: uma alisa o cabelo, todas as outras alisam, uma usa saia, todas as outras usam e assim vai, essa é uma regra da qual não posso me excluir. E o fato de sermos tão pouco criativas, nos torna rivais em tempo integral e é frustrante lutar para estar linda no sol de 40º de Belém, durante a TPM, pós término de namoro, na frente da ex do teu namorado, na frente da atual do teu ex. O fato é: você não agüenta a pressão de ser um produto em exposição. Tem dias que não agüento, choro de raiva, sou mulher, mesmo lutando contra isso, eu sou igual, mesmo sendo diferente. No final das contas parece que para mim sobrou o pior de todas as partes.
Você corre para o porto seguro quando tem um, quando não tem você corre pro supermercado. Aí percebo o meu lado de dentro, o que precisa de atenção e de carinho. Preciso dos homens. Como eu gostaria de ser um ‘fácil acesso’, atraente, descomplicada, como eu queria ser isso, mas não sou assim nem pra mim. Sou o animal indomável, a garota confusa de cabelos bagunçados que nunca permite que alguém de fora do seu ciclo de amizades entre. Vou ser a garota que vai ouvir do ex-namorado coisas como: “eu te amava, mas você complicava tudo e com ela foi mais fácil, por isso me casei. Hoje não consigo entender você”. E eu, com alívio vou responder: “Você nunca entendeu”. Eu não sou a garota de padrões, que cabe em algum manual de personalidade, meu rosto não é familiar, meu corpo está longe de ser desejável e estou um precipício distante do sacrifício de deixar de amar minhas imperfeições que me completam, igual um milhão de outras mulheres que são iguaiszinhas a mim, que de especial de verdade, não tem nem o nome.
Eu me apaixono perdidamente, mas não sei facilitar o drama para que tudo seja mais fácil, quero relacionamentos amarrados e complicados, suados, sofridos, quero tudo visceral. É assim que eu gosto e essa é a sentença da história que não foi feliz pra sempre, que não preciso contar por motivos óbvios.

domingo, 2 de agosto de 2009

Lounge

Maria Gadú
Composição: Maria Gadú

Vamos prum lounge
Beber um vinho safra ruim
E conversar sobre a tv

Vamos pra longe
Sem se tocar os olhos vão
Se encontrar e se perder

(Refrão)
Eu e você assim de perto dá
Pra eu me perder de vez nas tuas tintas
Me dá uma noite, um pouco da manhã
Só pra eu sacar se os olhos mudam de cor

Vamos entrar
A minha casa não é quente
Trago um vermelho pra esquentar

Vamos suar
Com o veneno da serpente
Que eu roubei pra te picar

Mais...

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