quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ônibus


Já disse aqui uma vez, eu gosto, realmente gosto de andar de ônibus de noite. Serve o primeiro que passar. Hoje dei uma volta só pra sentir o clima da cidade. A chuva se enfeitou toda, mas não saiu, lembrei do Natal. No pedaço da viagem em que tive companhia, aproveitei para atualizar os assuntos com Janaína, lembro bem, Janaína estava certa.
De dentro, o estardalhaço se cala e os sons abafados da rua soam como música. Saquei uma leitura e entre a penumbra, os postes, os pedestres, alguém que sobe, alguém que desce, eu li. E entre termos de marketing e viagens pra Austrália, também pensei na bagunça em cima da cama e na bagunça em si.
As pessoas ali dentro parecem perdidas em seus pensamentos, como eu, que tento prestar atenção ao redor por algum tempo, mas logo estou planejando alguma criação impossível, rindo sozinha. Sempre me esqueço de carregar o caderno nessas horas, é impressionante, não consigo recobrar o raciocínio daquele momento, é tão especial, é um verdadeiro instante de paz.
E este texto é a “necessidade de justificativa” (o que Janaína disse ser meu vício), que neste caso, serve para justificar a minha necessidade de escrever sobre qualquer coisa (mesmo que fique incompleto), todos os dias.

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