Tentativas

Há uns bons anos venho escrevendo este blog, nesses anos tudo, ou quase tudo, foram tentativas frustradas de falar de amor. Não vai ser diferente agora. Eu diria que 90% de tudo isso é sobre a mesma pessoa. Com o tempo a gente amadurece, mas acho que pra amar a gente fica burro. O amor foi feito pra dar certo, a gente que atrapalha o meio de campo, a gente se limita, sente medo e isso é que faz as coisas darem errado. Com a idade a gente vai ficando travado e estraga boas chances de sermos felizes.
Hoje, no exato dia de hoje eu decidi ser uma pessoa diferente e sorrir pras possibilidades daqui pra frente, tirar o pé do freio, mas este texto não é sobre o futuro, este texto não é pra dizer sobre o que pode acontecer, mas sobre o que eu sinto agora, sobre amor.
Na vida eu tive algumas boas oportunidades de amar e aproveitei duas. Na primeira eu pulei de cabeça e me dei mal, mas era pra ser assim. Na segunda eu passei seis anos com o pé no freio. E este blog todo se resume ao meu pé no freio.
Agora, direto do meu caderno de anotações sobre o pé no freio, retirei as palavras que vem a seguir:
"Como a gente deixa de amar? A gente não deixa. Pra fazer isso, a gente têm que deixar de existir. Então, a gente não deixar de amar, se reinventa, se deixa pra trás. E é isso, amor é uma droga injusta, é um pileque, é uma viagem sem volta. Amor é a única droga que não têm rehab, que um trago te fode todo o resto. Por causa dessa droga eu deixei se ser eu, mudei de hábitos, mudei tudo, virei minha melhor versão, fantasiei as coisas mais loucas, eu quis ser perfeita, eu quis uma nova vida, eu quis criar vida, eu quis e fiz o melhor que aquela droga me causou. Hoje eu estou juntando forças pra vencer a mim e tirar essa vida de mim pela raiz e começar de novo, mas não dá pra ser aquilo que não é. Vira comediante, vira músico, vira poeta, mas não deixa de ser. E eu? Eu sou sua e seria impossível eu não ser".